Entre o Plural e o Singular
"Entre o Plural e o Singular" apresenta as obras de 20 artistas estudantes graduandos do curso de Artes Visuais Bacharelado da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás. Esta exposição comemora não somente o encerramento deste curso, marcado pelo fazer e produzir, mas também, celebra o ingresso desses estudantes no circuito artístico de Goiânia. Além disso, a mostra explora o espaço expositivo com produções plurais em um ato de evidência à singularidade de cada artista. Cada qual com seu universo, poética e linguagem particulares, mas que almejam a união que somente a expressão artística pode proporcionar. Dessa forma, esta exposição pretende criar diálogos possíveis entre a produção de artistas que inicialmente pareciam divergentes entre si, mas que, ao olhar com cuidado, possuíam interesses em comum.
A partir de recortes temáticos tal qual corpo, memória e suportes diversos, a saber, ilustrações, histórias em quadrinhos e objetos, conexões inesperadas surgiram. Ao caminhar pela exposição, as obras dos artistas Carlos Camilo, Danik, Stella Vitória, Thaís Torres, Isadhora Inácio e Jaum, que exploram a temática do corpo, abordam desde questões intimistas que envolvem o autorretrato, a autoimagem e a imaginação, até diálogos mais abrangentes, como a relação do eu e o outro, o corpo em contraste com o mundo ao redor ou até mesmo um corpo transformado pelo próprio gesto artístico. Enquanto que pelo viés da memória, os artistas Na Bastos, Rafael Vaz, Elida Ketlyn, Ana Cruz, Giovanna Peixoto, Jeise Carneiro e Walter Pimentel abordam a memória de diversas formas, desde o intimismo da infância, dos aprendizados e vivências na rua, como igualmente em casa e na família. Em contrapartida, igualmente, exploraram a memória dos objetos, o rastro que eles deixam na matéria ou em nossas relações e mentalidades. Também, há obras que apresentam a memória ancestral construída a partir de narrativas e visualidades divergentes. Entretanto, houve aqueles que durante seu fazer, encontraram no suporte um elemento instigador para suas discussões, como o caso dos artistas Lays Amanda, Ciri, Duane Ribeiro, Sam, Rafaela Dourado, Andrea Cavalcanti e Elizabeth Sariedine. A partir de ilustrações digitais, foram apresentadas obras que discutem questões mitológicas e ancestrais. Outros, buscaram o formato de histórias em quadrinhos para elaborar discussões metalinguísticas e afetivas.
Também há quem abordou o formato livro, evidenciando a percepção da cor ligada aos nossos sentimentos. Além de artistas que exploraram a tridimensionalidade, a partir de mandalas de bricolagem e de objetos como garrafas de vidro em contraste com símbolos políticos e ideológicos. Dessa forma, para perceber cada singularidade contida dentro deste arranjo plural de fazeres e produções, é necessário um olhar atento. Um olhar que seja capaz de refletir e mergulhar na produção de cada artista como um universo cheio de possibilidades. Semelhante a caminhar através de um espelho surreal e imaginário, diferente de tudo, que não reflete as cores, nem os seres, nem as formas deste mundo. (BORGES, 2007).
JAUM
Artistas Participantes:
Carlos Camilo, Danik, Stella Vitória, Thaís Torres, Isadhora Inácio, Jaum, Na Bastos, Rafael Vaz, Elida Ketlyn, Ana Cruz, Giovanna Peixoto, Jeise Carneiro, Walter Pimentel, Lays Amanda, Ciri, Duane Ribeiro, Sam, Rafaela Dourado, Andrea Cavalcanti e Elizabeth Sariedine